Notas Literárias: Resenha: A Vida Pelos Olhos da Guarda Real

Homens fechados, sérios, que não curtem se divertir. Provavelmente são essas as características que pensamos quando ouvimos falar sobre os Guardas Reais. Mas será que é verdade que eles são sempre sérios ou tem algo mais em suas vidas? Nesta divertida antologia, Roberto Rodrigues, Oliver Jones, Chester Abbey, Theo Truman e Noah Lewis nos mostrarão o que tem por trás dos Guardas Reais, que é desconhecido por nós meros mortais.

A Vida Pelos Olhos da Guarda Real é um antologia que reúne cinco contos, de cinco autoras diferentes. Porém, vou me restringir ao conto O Guarda Solitário, da Maya Brito, minha amiga e parceira literária, ok?

A antologia tem 172 páginas, então cada conto é bem curtinho. Eles são ótimos, mas contos não são meu estilo de leitura preferido justamente por esse fato, porque acho que deixam a desejar no quesito aprofundamento. Eu fiz várias perguntas à autora e espero que ela, um dia, resolva lançar em livro, pois o tema é bastante interessante!

Afinal, quem não gostaria de saber mais sobre a vida dos guardas que fazem a segurança do Palácio Real? Sobre como funciona a seleção, quais são as exigências, as regras de trabalho? E será que isso influencia na vida pessoal deles, essa seriedade e responsabilidade requisitadas para os Guardas Reais?

Theo Truman é o moço da vez. Ele trabalha como Guarda Real e divide apartamento com um colega que adora fazer festas à noite. Tudo o que Theo deseja, após um dia de trabalho, é ter paz e silêncio, mas normalmente não é o que ele encontra ao chegar em casa.

Aliás, paz e Rebekah são coisas completamente diferentes para Theo. Ele não gosta da moça, que está presente no seu apartamento com muito mais frequência do que ele gostaria. Eles vivem se provocando!

– A não ser que você esteja me expulsando daqui. – Não estou e nem posso, você é convidada do Will – respondi quando a porta bateu. – É por isso que você me atura aqui? Porque você não faz muito esforço para esconder que não gosta de mim.

Rebekah é alegre e brincalhona, bem diferente de Theo, um rapaz que esconde segredos, amarguras e mágoas. Os dois se encontram praticamente todos os dias, porque ela é fotógrafa de turistas, e adora tirar Theo do sério ao fazer palhaçadas com os viajantes, para que ele perca a compostura exigida.

Por que Theo não fica com Rebekah, se é nítido que existe atração ou mais entre eles? Porque, como disse, Theo tem alguns problemas, que eu também adoraria que fossem abordados em um livro no futuro.

– Eu não quero, Rebekah, Jurei que nunca mais me envolveria com ninguém e que nunca mais seria alvo de humilhação. Não é legal brincar com os sentimentos dos outros, então eu nunca deixo ninguém se aproximar demais para criar expectativas. Não sou hipócrita, se eu não quero que brinquem comigo também não brinco.

Eu gostei bastante do conto, mas, como disse para a Maya e repito a vocês, adoraria que ele se transformasse em livro, para atender os nossos desejos de saber mais sobre o enredo, o passado e o futuro dos personagens. Quem sabe, né?