Resenha: O Rouxinol

05 março 2020

França, 1939: No pequeno vilarejo de Carriveau, Vianne Mauriac se despede do marido, que ruma para o fronte. Ela não acredita que os nazistas invadirão o país, mas logo chegam hordas de soldados em marcha, caravanas de caminhões e tanques, aviões que escurecem os céus e despejam bombas sobre inocentes. Quando o país é tomado, um oficial das tropas de Hitler requisita a casa de Vianne, e ela e a filha são forçadas a conviver com o inimigo ou perder tudo. De repente, todos os seus movimentos passam a ser vigiados e Vianne é obrigada a fazer escolhas impossíveis, uma após a outra, e colaborar com os invasores para manter sua família viva. Isabelle, irmã de Vianne, é uma garota contestadora que leva a vida com o furor e a paixão típicos da juventude. Enquanto milhares de parisienses fogem dos terrores da guerra, ela se apaixona por um guerrilheiro e decide se juntar à Resistência, arriscando a vida para salvar os outros e libertar seu país. Seguindo a trajetória dessas duas grandes mulheres e revelando um lado esquecido da História, O rouxinol é uma narrativa sensível que celebra o espírito humano e a força das mulheres que travaram batalhas diárias longe do fronte. Separadas pelas circunstâncias, divergentes em seus ideais e distanciadas por suas experiências, as duas irmãs têm um tortuoso destino em comum: proteger aqueles que amam em meio à devastação da guerra – e talvez pagar um preço inimaginável por seus atos de heroísmo.

Livros de Kristin Hannan são lindos, mas partem nosso coração. E em O Rouxinol não é diferente. Não sou de chorar fácil quando leio, mas confesso que meu coração ficou apertado em diversas partes do livro. Apertado de verdade, realmente senti uma dor física em várias cenas do lindo livro. 

A Segunda Guerra Mundial é um tema que, coincidentemente, fez parte de várias leituras minhas em 2019 e 2020. E como aconteceu em alguns deles, não foi retratada a rotina de guerra no fronte, mas o dia a dia das pessoas que lutam para sobreviver às perdas, ao racionamento, à  falta de alimento. Em O Rouxinol, tudo isso é vivenciado, e muito mais. É muito intenso, de partir o coração até dos insensíveis. Kristin tem esse poder.



No começo da história, temos Vianne, uma mulher que vive com o marido e uma filha de oito anos. Ela é a melhor amiga de Rachel, que também é professora, e tem dois filhos, sendo que um ainda bebê. Os maridos das duas são convocados, e é a partir daí que começa o drama das famílias.

Vianne e Isabelle são irmãs que quase não se falam, por conta de situações familiares que acontecem desde a infância. Porém, com a iminência da guerra, o pai de Isabelle a manda para morar com sua irmã e fugir dos perigos. O que ele não sabe é que a está mandando justamente para o meio da guerra, pois a moça se torna parte da Resistência, trabalhando diariamente junto ao perigo de ser executada.

Você não deve revelar sua associação conosco para ninguém. Ninguém. E isso inclui a sua família. Para a sua segurança e a segurança deles também. 

Dá raiva ver que Isabelle poderia morar com sua irmã em uma boa casa, com aparente conforto, porém, tudo isso irá mudar. Os anos de guerra provocarão transformações em todos, por conta de invasões domiciliares, falta de comida, bebida, aquecimento, demissões, idas forçadas a campos de concentração, e mais. Vianne também passou por maus bocados, ela e sua filha. 

Não queria passar a guerra naquela casa como se fosse uma garota indefesa, lavando roupas, enfrentando filas para comprar comida e esfregando o chão. Não queria ficar ali parada vendo o inimigo tirar tudo da França. 

Enfim, não sei mais o que dizer para transmitir a intensidade do que vivi em O Rouxinol. E entre os capítulos, por vezes nos deparamos com o presente, com uma senhora idosa que tanto pode ser Isabelle quanto Vianne. A revelação somente se dará nas últimas páginas, e é algo muito emocionante. 

Os dramas escritos por Kristin são histórias densas, extremamente pesadas, mas lindas. Portanto, se é o seu tipo preferido de escrita, recomendo demais. Por minha parte, continuarei firme e forte, até que tenha lido todos os livros da autora. 

Ficha técnica:
Autora: Kristin Hannah
Editora: Arqueiro
Ano: 2015
Páginas: 432
Skoob: O Rouxinol

A resenha da semana que vem ainda não foi decidida, mas certamente será um livro mais leve emocionalmente (risos). Até lá! 

3 comentários

  1. Adoro os livros da Kristin, esse ja está na minha estante, esperando a hora de ser lido. Apesar de ser fã da autora, não é sempre que tenho vontade de ler enredos que se passam na guerra, por isso a demora em ler essa obra. Mas, uma hora vai, apenas preciso esperar entrar nessa vibe. Parabéns pela resenha, como sempre, muito elucidativa; aguça nossa vontade de ler o livro. ( se não fosse essa fila interminável de leitura...)

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  2. Foi o segundo livro dela que comprei, mas é o que mais tenho medo de ler, pois cada um que li sofri, mas dizem que esse não é fácil...

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    1. Sim, os livros da Kristin sempre têm uma carga emocional muito forte. Com esse não é diferente, mas mesmo assim eu não resisto rsrs

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