Resenha: Dália Azul

01 agosto 2019
Stella Rothchild tem compulsão por planejar tudo em sua vida, o que, segundo ela própria, a mantém longe de imprevistos. Quando se apaixona perdidamente, o leitor verá a luta dela para evitar ir contra tudo que sempre defendeu. O livro começa com a morte repentina do marido da protagonista e sua mudança, com os dois filhos, de Michigan para Memphis. Ela vai morar na misteriosa Harper House onde trabalhará como responsável pelo famoso e enorme viveiro de plantas. Na mansão centenária, mora a severa Roz Harper e também a assombração da Noiva Harper, que anda pelos corredores cantando canções de ninar. Depois de um período de luto, Stella reencontra a felicidade em sua nova casa e seu trabalho, e descobre em Roz uma ótima amiga. Quem também fará parte de sua vida é o designer Logan Kitridge, que ela odeia no primeiro momento, pois é a sua antítese: vive no caos, é impulsivo e não planeja o futuro. Com o tempo, a tensão torna-se admiração e amor. O único problema: a Noiva Harper não suporta a felicidade alheia. Dália Azul traz um mistério bem-elaborado, aliado a personagens que agradarão demais os leitores. Ao longo da trama, apenas pequenos detalhes da Noiva Harper são divulgados, deixando a história ainda mais instigante.

Eu juro para vocês que queria parar de falar mal das sinopses, mas neste caso é mais forte do que eu, é inevitável. Parece um resumo! (Risos). Mas por um lado é bom, porque acabo tendo mais liberdade para falar da história (vamos pensar pelo lado positivo).

E como eu não tinha lido a sinopse, quase morri junto com o marido da Stella. Ela o estava esperando ansiosamente após uma viagem a negócios, com um jantar e tudo, mas ele nunca chega. Detalhe: o casal tem dois filhos pequenos e estava pensando em ter mais um. É bastante sofrido para ela, e para nós  também.


Alguns anos se passam, se não me engano são três, e Stella vai para Memphis. O pai dela mora lá com a madrasta, pessoas com quem Stella e os filhos sempre se deram muito bem, então a chance de recomeço é grande, principalmente com a indicação do pai dela para trabalhar em uma empresa de jardinagem. 

Stella tem bastante experiência na área e, aliada ao hábito de planejar tudo, se torna excelente para o cargo de gerente. Aliás, é melhor ainda, porque Roz, sua chefe e futura grande amiga, precisa que a nova funcionária more no emprego por algum tempo, então a questão de moradia também está resolvida.

Começamos cedo e trabalhamos até tarde. Quero alguém que esteja aqui, à mão, pelo menos até eu ter certeza de que entrou no ritmo. Memphis é muito longe e, a não ser que esteja disposta a comprar muito rapidamente uma casa a menos de dez quilômetros da minha, não há alternativa.

Eu sou como Stella, adoro planejar tudo, me sinto muito confortável com a rotina, mas é claro que nem sempre as coisas saem como queremos. Ela já sentiu na pele isso várias vezes nos últimos tempos, com a perda do marido e a mudança de cidade, mas também não contava se apaixonar novamente, ainda mais por um homem calado, meio bruto, que trabalha pesado e que tem as mãos calejadas. Logan é tudo isto, e se torna irresistível para Stella.

Tudo seria muito fácil para os dois se não fossem vários empecilhos: ambos estão confortáveis com suas vidas do jeito que estão, não querem se apaixonar, muito menos se casar, e as brigas entre eles são comuns, por questões de trabalho e pelo jeito de ser de ambos. 

Com o tempo, Logan pretende fazer com que Stella se renda a ele, mas os dois não contavam com um grande empecilho, que irá dar muita dor de cabeça aos moradores da Casa Harper: um fantasma que aparece há anos, geralmente para as crianças da casa, para cuidar e embalar com canções de ninar, mas que promete muito mais do que isso ao penetrar os sonhos de Stella. A Noiva Harper, como eles a chamam, promete partes de arrepiar!

Cambaleou no alto da  escada e sentiu-se tonto com a perspectiva de cair. Agitando os braços, conseguiu agarrar-se ao corrimão e, rodando o corpo, segurou-se também com a outra mão, vendo pontinhos negros à frente dos olhos. Por um instante, temeu simplesmente cair por cima do corrimão, empurrado pelo impulso do seu próprio movimento. Pelo canto do olho, viu uma silhueta, vaga mas feminina. E, emanando dela, sentiu uma raiva crua e amarga. Depois ela desapareceu.

Eu adorei o livro, me apaixonei por esta série e a indico, assim com as outras da Nora que falam sobre relações familiares (principalmente A Pousada e Quarteto de Noivas), mas senti que neste o sobrenatural foi de assustar. Não tanto em Dália Azul, mas com o passar do tempo (falarei disto nas resenhas específicas). Como sou medrosa, fiquei com medo, até porque o fantasma se mostra do mal em vários momentos!

Enfim, continuarei a falar do assunto na semana que vem, com a resenha de Rosa Negra, a história de Roz. Acompanhe!

Ficha técnica:
Autor: Nora Roberts
Editora: Bertrand Brasil
Ano: 2013
Páginas: 378
Skoob: Dália Azul

5 comentários

  1. Que bom que você gostou dessa serie,é mais uma nessa linha de histórias de família que a gente tanto gosta. A parte sobrenatural confesso pra você que não curti muito,embora tenha trazido um pouco de tensão para a história. Mas a parte da família e amigos, achei maravilhosa. Nora acertou novamente!

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    1. Falou tudo, xará! Só insisti na leitura porque a temática amigos e família é tudo de bom!

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  2. Nunca li nada da Nora Roberts, mas falam super dela. Tenho alguns livros dela na estante, mas não sei se leria esse pois sou medrosa demais, rsrs. Ainda assim, a temática dele é bem interessante, gostei!
    Beijos.

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    1. Também sou muito medrosa, mas como a série é muito boa, acabei lendo para descobrir o final kkkkk
      Eu recomendo que você comece com os romances românticos, como as séries Quarteto de Noivas ou A Pousada. Beijos.

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  3. Oi Fê! Adoro esses romances onde pessoas independentes e que não querem um relacionamento de repente estão envolvidas. A questão sobrenatural tb me assusta um pouco, mas sendo a Nora eu abro uma exceção. Beijo. Karla Samira

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