Resenha: A Prisioneira do Tempo

26 março 2020

Ninguém se lembra do meu verdadeiro nome. Ninguém sabe a verdade sobre aquele verão. No verão de 1862, um grupo de jovens artistas liderado pelo talentoso e passional Edward Radcliffe segue para Birchwood Manor, uma bela casa de campo às margens do rio Tâmisa. O plano é passarem um mês isolados em uma aura de inspiração e criatividade. No entanto, ao fim do verão, uma mulher está morta e outra desaparecida, uma herança inestimável se perdeu, e a vida de Edward está arruinada. Mais de 150 anos depois, Elodie Winslow, uma arquivista de Londres, descobre uma bolsa de couro contendo dois itens aparentemente sem conexão: a fotografia de uma mulher de aparência impressionante, vestida em roupas vitorianas, e o caderno de desenho de um artista, que inclui o rascunho de uma grande casa à beira de um rio. Por que Birchwood Manor parece tão familiar a Elodie? E quem é a linda mulher na fotografia? Será possível, depois de tanto tempo, desvendar seus segredos? Narrada por diversos personagens ao longo das décadas, A prisioneira do tempo é uma história de assassinato, mistério e roubo, de arte, amor e perda. Entremeando cada página, há a voz de uma mulher que teve seu nome apagado da história, mas que assistiu a tudo de perto e mal pode esperar pela chance de contar sua versão dos fatos.

Pela sinopse, esse livro parece incrível, não é mesmo? E ainda tem uma autora de peso, a Kate Morton. E mais: a premissa de que, quem gosta de Lucinda Riley, gostará de A Prisioneira do Tempo. 

Porém, infelizmente não posso concordar muito com isso. O livro é bom, porém, as descrições são excessivas, assim como os narradores. Por esses motivos, a história às vezes se tornou maçante, às vezes cansativa. E também confusa, porque nem sempre eu entendia rapidamente quem estava narrando aquele capítulo (a não ser a parte da Elodie, o presente, porque sempre mostrava que era em 2017). E não achei nada de suspense, apenas um pouco de mistério.


Elodie trabalha com catalogação de itens antigos. Ela está noiva de Alastair, mas não se sente nada empolgada com seu casamento iminente, até porque a sogra está providenciando tudo e inclusive quer passar por cima dos desejos da noiva. Sendo assim, ao encontrar uma bolsa antiga, com alguns objetos da mesma época, Elodie coloca os preparativos de lado e se envolve em uma "aventura". 

Ela deseja saber de quem são aqueles objetos, que casa é aquela que está desenhada no caderno que estava na mochila, já que é a casa narrada nas histórias que sua mãe contava em sua infância, e principalmente quem é a moça do retrato. Que ligação ela possui com James Stratton e Edward Radcliffe? Aliás, nem se sabia que os dois homens se conheciam!

Assim que vi o desenho, senti uma onda de familiaridade, como se fosse algum lugar que eu tivesse visitado. Então percebi que era a casa, a da história. Ela observava o rosto dele. - É, não é? - É, sim. É também a casa em que minha família e eu moramos durante a guerra. 
Alternadas com a história de Elodie, temos várias histórias do passado. Conheceremos muito da vida de Lilly Millington, mas também de Leonard, Edward, Lucy, Ada, Joe Pálido (que depois se mostrará para nós com seu verdadeiro nome), Tip e sua família, e também há narrações do presente (Jack e uma pessoa que faleceu, mas que está no limbo). Não dá medo, pois é uma narradora da paz, apenas para que conheçamos os fatos.

Você conhece muitos personagens com a narrativa da história, o que eu achei confuso, como citei. Mas, aos poucos, tudo vai se encaixando, e mais para o final descobrimos algo incrível, Triste, trágico, mas é a revelação de algo que aconteceu na casa em questão e que esclarece o que aconteceu com a moça desaparecida, na noite em que outra foi assassinada. É inacreditável, e você, assim como eu, se surpreenderá!

Lucy selou a tampa no momento em que o sol começava a deslizar por trás dos frontões. Percebeu que estava chorando. Por Edward e por Lily, e também por si mesma e pela culpa da qual nunca se livraria. 

Se eu recomendo A Prisioneira do Tempo? Sim! Não vai ganhar notas máximas, mas é uma boa história. Se você achar confusa a alternância de narradores, recomendo que persista porque somente a revelação do final já vale o livro. E talvez essa falta de envolvimento com o livro se deva ao fato de que estamos no meio de uma pandemia, então minha saúde mental não está nos melhores dias (risos). 

Mas Kate Morton não decepciona, então quero ler outras opiniões para ver se aconteceu essa confusão somente comigo, ou se é geral. Você já leu? Vamos conversar sobre esse livro?

                                                                   
Ficha técnica:
Autor: Kate Morton
Editora: Arqueiro
Ano: 2020
Páginas: 448
Skoob: A Prisioneira do Tempo


Semana que vem eu volto com mais resenhas. Espero você! 

4 comentários

  1. acabei de ler e foi uma experiencia bem frustante.final confuso feito as pressas e nao ficamos sabendo o q aconteceu c a personagem mais legal q e
    =e a do presente.ja tinha lido todos os livros dessa autora e sinceramente me decepcionei nao recomendo

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    1. Também esperava mais do livro, Patrícia! Principalmente depois de ler A casa do lago. Mas é assim mesmo né, um dia temos boas leituras e em outros nem tanto.

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  2. Confesso que esperei um final melhor. E como se ficassem várias pontas soltas no enrredo. As vezes me pegunto se vai ter uma continuação..porque sinceramente me senti frastrada de não ver um final lógico para todos os envolvidos e até para a pobre Lilly e seu amado Edward que mesmo após a morte vagaram no mundo dos vivos como almas infelizes.

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    1. Sim, o final da Lilly ficou bastante a desejar, porque só sabemos da revelação nas últimas páginas. A Kate é autora de livros únicos, mas vamos ver. Acho que não terá continuação.

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