Resenha: Temporada de Ossos, @editorarocco

01 abril 2017
Sinopse: Distopia com uma pegada sobrenatural são os ingredientes da série Bone Season, de Samantha Shannon, que chega ao Brasil pelo selo Fantástica Rocco. Ambientada em 2059, a trama acompanha a protagonista Paige Mahoney, uma andarilha onírica, alguém capaz de entrar na mente das pessoas e captar pensamentos e fragmentos de sonhos. Considerada traidora pelo governo, Paige paga por seu dom com a sua liberdade e é enviada para uma prisão secreta em Oxford. Lá, ela conhece os Rephaim, criaturas de uma raça antiga que desejam controlar a clarividência de Paige e de outros como ela, e precisará aprender a confiar em aliados improváveis não só para reconquistar a liberdade, mas garantir a própria sobrevivência. Considerada um dos principais nomes da literatura de fantasia dos últimos tempos, Samantha Shannon entrega aos leitores um romance surpreendente e arrebatador.

Além desta terra, e além da raça humana, existe um mundo invisível e um reino de espíritos: esse mundo nos circunda, pois está em toda parte. 
— Charlotte Brontë

Olá pessoal, tudo certinho?! Vamos conversar sobre esse livro que foi extremamente recomendado em seu lançamento e que tem em sua contracapa uma comparação `a J.K. Rowling... bom graças a tudo isso e somado a sinopse eu fui cheia de expectativa para a leitura, e o que aconteceu? Me frustrei! O livro é ruim? Não? É mal escrito? Também não. Mas não foi nada daquilo que eu imaginei e vou contar a vocês o motivo.

O livro começa nos esclarecendo que existe sete ordens de clarividentes, pois é, uma distopia com fantasia e sobrenatural, todos os ingredientes para fazer um excelente livro. Entretanto a autora jogou de cara vários nomes e denominações para entendermos cada uma das ordens, de acordo com os livros da desnaturalidade: Adivinhos, Áugures, Médiuns, Sensitivos, Guardiões, Fúrias e Saltadores.


Somos a minoria que o mundo não aceita. Não fora dos limites da fantasia, e até ela foi proibida. Nossa aparência é como a de todas as outras pessoas. Às vezes agimos como todas as outras pessoas. De várias maneiras, nós somos como todas as outras pessoas. Estamos em toda parte, em todas as ruas.
Cada um representado por sua cor. E nossa personagem principal, Paige Mahoney é uma saltadora, Andarilha Onírica que é uma espiã do submundo no governo. Ela é uma invasora de mentes atrás de informação que seja útil ao seu chefe Jaxon Hall.

Até aí tudo certinho, nenhum problema, me pareceu inclusive que seria uma leitura extraordinária, mas não demora muito somos confrontados com várias informações. Um governo totalitário que faz exclusões e segregações, onde considera as pessoas desnaturais criminosas, exatamente por suas habilidades. Parece uma mistura de todas as distopias recentes com X-Men, como eu disse muito potencial mal distribuído. Amei as referências e a estruturação sociológica apresentada no livro, mas não sei o que se passou na cabeça da autora.
Não há cura para a brutalidade delas, e, por causa da fronteira destruída, não temos como aprisioná-las no Limbo. Vocês são a única barreira entre os caçadores e suas presas.
Uma coisa que chama muita atenção é a relação dela com Jaxon, fiquei esperando alguma ação maior de parte deles ou algum desembaraço que nos levasse a entender a simbiose que ocorre ali, mas a mim não ficou claro. A única coisa muito clara é que ele a usa e não sabemos bem se ela sabe ou se ela é cem por cento manipulada... acho que só saberei lendo o outro...

A comparação com JK Rowling, pode ter sido pela criação de um universo todo novo, de uma possibilidade nova de nos inserir em coisas fora dos contextos das distopias mais recentes. Os poderes de Paige em alguns momentos me lembrou do personagem de O Doador de Memórias, das cenas em que ele recorda de coisas que já aconteceram, não que ela se recorde, mas lembra.

Então é um livro com muita informação, temos que ter muita atenção para não deixar nada passar porque com certeza faz falta, muito extenso e com muita informação, acaba ficando confuso em alguns momentos. A leitura é boa, a escrita da autora é boa, mas o excesso de informação acaba enrolando e tirando o brilho da história.
Eu nunca tinha dito aquelas palavras em voz alta. Agora que eu sentia o gosto da minha liberdade, queria que ele a compartilhasse comigo. Mas ele não podia mudar a própria vida por minha causa. E eu não podia sacrificar minha vida para ficar com ele.
Espero que no próximo livro possamos ter mais esclarecimentos que duvidas, porque jogar vários personagens e informações só confunde o leitor e faz com o livro se torne cansativo.
Três notas musicais!

Ficha Técnica:
Autor: Samantha Shannon
Páginas: 448
Editora: Fantástica Rocco
Ano: 2016

Até mais


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