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nov
2018

Resenha: A Grande Solidão

15 novembro 2018
Alasca, 1974. Imprevisível. Implacável. Indomável. Para uma família em crise, o último teste de sobrevivência. Atormentado desde que voltou da Guerra do Vietnã, Ernt Allbright decide se mudar com a família para um local isolado no Alasca. Sua esposa, Cora, é capaz de fazer qualquer coisa pelo homem que ama, inclusive segui-lo até o desconhecido. A filha de 13 anos, Leni, também quer acreditar que a nova terra trará um futuro melhor. Num primeiro momento, o Alasca parece ser a resposta para tudo. Ali, os longos dias ensolarados e a generosidade dos habitantes locais compensam o despreparo dos Allbrights e os recursos cada vez mais escassos. Porém, o Alasca não transforma as pessoas, ele apenas revela sua essência. E Ernt precisa enfrentar a escuridão de sua alma, ainda mais sombria que o inverno rigoroso. Em sua pequena cabana coberta de neve, com noites que duram 18 horas, Leni e a mãe percebem a terrível verdade: as ameaças do lado de fora são muito menos assustadoras que o perigo dentro de casa. A Grande Solidão é um retrato da fragilidade e da resistência humana. Uma bela e tocante história sobre amor e perda, sobre o instinto de sobrevivência e o aspecto selvagem que habita tanto o homem quanto a natureza.

Eu havia lido, até então, apenas um livro de Kristin Hannah, o romance As Cores da Vida. Mas me apaixonei de tal forma pela escrita dela que adquiri vários livros desde então, e sugeri alguns para o presente de amigo secreto do meu grupo literário. Aliás, foi assim que consegui O Caminho Para Casa, porque a querida amiga Fabiély Miranda me presenteou com um dos muito desejados.

Sendo assim, também não perdi tempo e não pensei duas vezes antes de escolher A Grande Solidão. O livro, assim como o anterior, não é uma história feliz. Outra querida amiga, a Rosi Rocha, disse que os livros da Kristin são todos assim, romances dramáticos, mas eu complemento dizendo que são histórias lindas e envolventes, que nos fazem querer ler mais e mais.

Bom, já foram dois parágrafos e eu ainda não comecei a falar propriamente do livro. Mas eu quis fazer essa introdução para recomendar não somente A Grande Solidão, lançamento da Editora Arqueiro, como todos os livros da Kristin. Vamos à história?



Leni, apelido de Lenora, é uma simpática adolescente de 13 anos que não aguenta mais trocar de escola de tempos em tempos, e de não achar um lugar para chamar de seu. Desde que o pai retornou para casa, depois de ser prisioneiro de guerra, ela e seus pais vivem trocando de cidade, para que ele se sinta melhor e possa recomeçar de verdade, sem os pesadelos que o acometem com frequência. A oportunidade surge justamente vinda do passado, ou seja, de um companheiro de guerra que faleceu durante um bombardeio.

O pai fica radiante com a chance de recomeçar em uma terra distante, isolada, onde eles poderão viver de suas plantações, de suas criações, de forma rudimentar e sem o grande movimento das cidades urbanas. Ela e a mãe não ficam tanto, mas fazem tudo que o pai quer.

Leni tinha visto tudo isso antes. No fim, não importava o que ela ou a mãe queriam. O pai queria um novo começo. Precisava disso. E a mãe precisava que ele fosse feliz. Então eles iam tentar outra vez em um lugar novo, na esperança de que a mudança geográfica fosse a solução. Eles iam para o Alasca em busca de seu novo sonho. Leni ia fazer o que lhe pedissem de boa vontade. Seria a garota nova na escola outra vez. Porque o amor era isso.

Acontece que nada sai como o planejado. Logo ao chegar ao Alasca, eles descobrem que sua propriedade conquistada é apenas um barraco caindo aos pedaços, e que eles precisarão de muito mais do que esperança para recomeçar. E os avisos de que o inverno será a grande prova para eles não param de surgir.

Aliás, até mais ou menos a metade do livro, todos os moradores do Alasca estão se preparando para o inverno, e eles dão muitas advertências para a família de Leni, os Allbright, sobre o que os espera: a grande solidão. São pouquíssimas horas de dia claro, com muita neve. As pessoas morrem por diversos motivos, e as histórias são bastante assustadoras. Além de prepararem a família de Leni, os moradores também estão nos preparando para o que está por vir, porque o inverno será um divisor de águas para nossos protagonistas. Começa no primeiro, mas a situação tende a piorar com o passar do tempo.

Aqui, o medo é senso comum. Muita gente vem para cá, Cora, com câmeras e sonhos de uma vida mais simples. Mas cinco em cada mil alasquianos desaparecem todo ano. Simplesmente desaparecem. E a maioria dos sonhadores... Bem, eles não conseguem passar pelo primeiro inverno. Mal podem esperar para voltar para a terra de cinemas drive-in e de aquecimento que chega com o apertar de um botão. E para a luz do sol.

Mas os problemas de Leni seriam poucos, se fossem apenas os provocados pelo inverno. Em casa, ela tem muito mais dificuldades. Nós nos deparamos com um relacionamento abusivo, com um amor que sufoca e não deixa seguir em frente, com pessoas ficando loucas por amor. Em A Grande Solidão, também presenciamos as misérias da vida humana, que não têm nada a ver com dinheiro, mas com transtornos psicológicos e fraquezas.

O livro é extenso, são quatrocentas páginas, e podemos ver a vida de Leni seguindo em frente. Muitas coisas ocorrerão e nossa menina se transformará em mulher. Podemos saber de sua vida até seus 25 anos, e como você deve imaginar, teremos um romance. Será que o relacionamento abusivo que Leni presencia interferirá em seu amor pelo escolhido da moça? 

Adoraria contar mais e mais para você, mas acredito que já falei muito. É hora de você ler A Grande Solidão, um romance surpreendente, que mostra que somos responsáveis por nossas escolhas e, principalmente, por suas consequências. Até aonde as pessoas podem ir, em nome do amor? 

Ficha técnica:
Autor: Kristin Hannah
Editora: Arqueiro
Ano: 2018
Páginas: 400

6 comentários

  1. Uau,adorei essa resenha. Confesso que comprei o livro na pré-venda sem ler a sinopse, pois ja li outros livros dessa autora ( O caminho para casa e Jardim de inverno) e curti a forma como ela escreve. Na verdade, comprei todos oa livros dela, inclusive esses que você mencionou na resenha, só não consegui ler ainda. Eu sou muito assim, se gosto do autor, ja quero todos, ainda que as vezes eu possa me arrepender de um ou outro livro. Mas estou encantada com esse resumo que você fez, e mesmo tendo outros livros dela pra ler, estou tentada a passar esse na frente, mesmo sabendo que vou sofrer, pois concordo com a Rosi, são histórias carregadas de drama, mas muito lindas. Vamos ver como minhas leituras atuais fluem nesse resto de mês; quem sabe não encaixo a Kristin também? Parabens pela resenha, ficou bem completa.

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    1. Ah, que lindo o seu comentário! Sem querer estragar seus planejamentos, mas eu recomendo que você encaixe essa leitura no feriadão hahaha.

      Obrigada pelo carinho!

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  2. Que resenha mais linda amiga eu ameeei! Eu não conhecia a autora mais confesso que pesquisei muito sobre ela após seu pedido no A.s. Gosto de leituras que nos permitem crescer evoluir e aprender e sem dúvidas essa é uma delas. Amei a resenha espero ler algo da autora em breve .beeeijos

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    1. Eu recomendo muito os livros da Hannah, e nas férias vou ler o que você me presenteou com muito carinho. Obrigada pelo comentário, fiquei muito feliz! Beijão!

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  3. Estou na conta da minha filha ,rs, só queria deixar uma "mensagem" chorei demais com esse livro, mais alguém?

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    1. Eu não chorei porque não costumo chorar lendo livros, é muito difícil, mas fiquei bastante abalada hehe.

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