18
jan
2020

Resenha: Acerto de Contas

18 janeiro 2020
Sinopse: Numa cidadezinha no interior do Mississippi, Pete Banning era considerado herói da Segunda Guerra, além de fazendeiro próspero, marido apaixonado, pai devotado e membro fiel da Igreja Metodista. Até que, numa manhã de outono, ele entrou calmamente na igreja e matou o reverendo Dexter Bell com três tiros.
Por que Pete fez isso? Essa pergunta iria pairar por anos sobre a cidade.
Como se o assassinato a sangue-frio já não fosse chocante o suficiente, era ainda mais desconcertante saber que Pete não tinha absolutamente nada a declarar sobre o crime. Nenhuma explicação, nenhuma motivação, nada que os advogados pudessem argumentar em sua defesa.
Os advogados tentam de tudo para salvar Pete de uma sentença que irá condená-lo à cadeira elétrica. Mas ele não tem medo da morte e está disposto a levar suas razões para o túmulo.

Hello pessoas, tudo certinho?!?! Hoje falaremos do mestre John Grisham, mais uma vez. Sim,
porque ele é o típico autor que é impossível não se apaixonar.
"O que faz de um homem um herói?O que faz de um homem um vilão?Quão tênue pode ser a linha que separa um do outro?"

Em Acerto de Contas, tentaremos entender essas pequenas questões, que a primeira vista nos engana e nos faz achar que talvez o estresse pós traumático seja o protagonista, mas mergulhando fundo na história da família Banning, descobrimos que a especialidade dela, assim como a do Sul dos EUA, é guardar segredo.

O que levaria um herói de guerra, um homem respeitado, a cometer um crime a sangue frio e acima de tudo não querer justificar seus atos?? O que poderia ter desestruturado uma família estável a ponto de a esposa ser internada e o marido se transformar num criminoso?

Por incrível que parece, apesar da história se passar, em sua grande parte nos idos anos 50, após a segunda guerra mundial, ainda temos discussões raciais ferrenhas nos dias de hoje. Um ponto muito forte na escrita de Grisham discutir a sociedade e o sistema judiciário americano que nem sempre é imparcial, principalmente em questões intra raciais.

Mas a beleza desse livro está em mostrar o quanto se faz por aparência, o quanto as pessoas ditas de bem, usam de artifícios e recursos escusos para que seu nome de família continue sendo referência. Quando Pete decidiu matar o pastor Dex, pensamos em muitas coisas. Pensamos no que ficou claro, e no que os boatos, conversados entre as ditas pessoas de bem podem interferir no julgamento sobre a pessoa.



Anos mais tarde, depois de um processo horrível, o de o patrimônio da família Banning entra
em jogo, onde os advogados tentam, a todo custo, conseguir manter algo, descobrimos
os detalhes da história sórdida dessa família, e eu queria dizer que é uma surpresa, mas
infelizmente, não é.

Na história americana, vemos muitos casos de negros condenados assim, onde a pessoa leva
a culpa sem ter nada com o crime e mais uma vez Grisham vem para abordar isso, não houve
a condenação, mas quando a personagem menciona que um negro seria enforcado por se
envolver com uma branca "de família", sabemos que as coisas não mudaram muito.

A bem da verdade, a crítica maior aqui é social mesmo, o judiciário até nem teve muita
influência, apesar da indenização milionária, nunca antes vista, mas é curioso que quando os
segredos do passado são esclarecidos, a primeira coisa que Joel, filho de Pete, pensa, é em
como manter essa história em segredo, mesmo que isso deixe a memória de um inocente
manchada, o importante é não ver o nome de sua família na lama mais uma vez.

"Uma família tão destruída e afundada em desgraça não sofreria mais nenhuma humilhação."
Achei esse livro espetacular. Um romance histórico que não deixou nada a desejar em termos
de trama e desenvolvimento. Mais uma vez, simplesmente encantada pela escrita do autor.

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