Sinopse: Ao se declarar homossexual em um programa de TV depois do assassinato — brutal e com motivações homofóbicas — de um ex-namorado, Cris, jogador de futebol e ídolo de uma nação de torcedores fanáticos, vê sua vida pessoal e sua carreira saírem completamente de controle. Tem então de enfrentar a reação da diretoria e dos colegas de clube, a hesitação dos patrocinadores, a rejeição de grande parte da torcida e a crise familiar que se desencadeia a partir de sua declaração.A história de Cris é uma ficção, mas poderia acontecer de alguma forma, com o ídolo do seu time e talvez de uma seleção inesquecível. É aí que reside a força da narrativa de "O outro lado da bola", de Alvaro Campos e Alê Braga, com ilustrações de Jean Diaz. Em ano de Copa do Mundo, é difícil virar cada página sem pensar: esse é o mundo em que ainda vivemos. Mas o relógio está correndo, e ainda dá para virar esse jogo. O futebol, afinal, é sempre o melhor pretexto para se discutir as coisas da vida.
Hello pessoas, tudo certinho?!?! Hoje falaremos de uma HQ sensacional lançada pela editora Record. O Outro Lado da Bola, é uma ficção, mas com certeza retrata a realidade do esporte brasileiro mais popular, misógino e preconceituoso: o Futebol.
Sei que alguns leu o misógino ali e pensou, ela está louca, temos uma seleção brasileira feminina de
futebol. Temos mesmo. E ela é campeã mundial mais vezes que a masculina, mas você vê a mesma repercussão? Os canais abertos dão a mesma oportunidade as atletas dessa seleção de aparecerem?? Pois é. Mas a abordagem dessa HQ é outra, é a homofobia que gira em torno do futebol.
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Porque a religião tem que importar também no Futebol? |
Apesar de achar a discussão necessária e plausível, me pergunto se existe essa necessidade questionada na sinopse de um atleta ter que assumir seu gênero, quando na realidade a única coisa que ele de fato precisa assumir é sua capacidade ou não de jogar na posição a qual foi contratado. E é exatamente isso que acontece com Cris, a estrela de um grande time, adorado por torcedores, amado pelos patrocinadores, até o momento que ele decide assumir que é gay.
Do ponto de vista elucidativo a HQ é perfeita, sendo o futebol, e aí me refiro a toda a grande estrutura por trás de cada clube e de suas torcidas organizadas, ela é perfeita. Mostra a corrupção, os acordos de bastidores, como a influência, de um sobre o outro, é importante e ao mesmo tempo deprimente, que nos faz questionar se queremos ou não fazer parte disso. Um trabalho muito legal.
Do ponto de vista da visibilidade ainda tenho minhas duvidas se ela conseguiu alcançar aquilo que
originalmente é proposto, porque se o dia que um atleta resolver assumir sua sexualidade sua vida virar o carnaval descrito aqui, realmente nos leva a crer que esse dia não chegará tão cedo.
Mas ainda acho que ela deva ser lida por todos, até para incitar a s discussões e quem sabe assim, termos uma visão menos limitada sobre as pessoas. O trabalho artístico da HQ é impressionante e não deixa nada a desejar ais grandes nomes internacionais.
Então de um modo geral é uma leitura muito interessante, nos faz refletir sobre a realidade dos esportes coletivos, sobre a realidade social, e o quanto não estamos preparados para lidar com o diferente. Tudo que é aqui demostrado, é resultado daquilo que vemos e ouvimos diariamente em nossas relações, o que me faz lamentar profundamente, porque nesse caso,a ficção imitou a realidade e eu gostaria que o mundo fosse um lugar diferente. Diante disso, e das minhas dúvidas acerca do objetivo desse trabalho, não darei uma nota, mas recomendo muitíssimo a leitura a todas as pessoas.
Ficha Técnica:
Páginas: 216
Editora: Record
Ano: 2018
Skoob: O Outro Lado da Bola
Até mais!
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