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2017

Resenha: Perdida, @Verus_Editora

25 outubro 2017

Sofia vive em uma metrópole e está acostumada com a modernidade e as facilidades que ela traz. Ela é independente e tem pavor à mera menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são aqueles que os livros proporcionam. Após comprar um celular novo, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século dezenove, sem ter ideia de como voltar para casa ou se isso sequer é possível. Enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de retornar ao tempo presente, ela é acolhida pela família Clarke. Com a ajuda do prestativo e lindo Ian Clarke, Sofia embarca numa busca frenética e acaba encontrando pistas que talvez possam ajudá-la a resolver esse mistério e voltar para sua tão amada vida moderna. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos... 
Perdida foi literalmente, um tapa na minha cara. Já li muitas autoras nacionais, então perdi o preconceito que eu tinha (confesso) com esse gênero de literatura. Apesar disso, achava raro um livro nacional ficar na minha lista de favoritos, causando saudades ao término da história. E foi exatamente isso o que aconteceu com Perdida, de Carina Rissi, uma autora brasileira!

Não sei se você sabe, mas eu faço parte de um grupo literário da minha cidade (Joinville, Santa Catarina). Nos encontros mensais, levamos nossos livros favoritos, e sempre várias meninas levavam pelo menos um livro da série Perdida. Eu ficava exatamente como o título do livro, ou seja, perdida, sem entender por que essa coleção causou tamanho impacto positivo nas leitoras do Joinville Literária. Só poderia descobrir isso lendo, não é mesmo? E foi o que fiz.

Desde o começo já me entretive demais na leitura, porque a linguagem de Carina é envolvente e moderna. O enredo é supercativante, afinal nos identificamos com a protagonista, que vive no mundo tecnológico atual. Em seguida, também nos identificamos com o mundo de época, onde Sofia vai parar. Sou apaixonada por romance de época, e espero que você também seja (se não é, não sabe o que está perdendo!)

A partir de agora vou esmiuçar um pouco mais a sinopse, pra convencer você a ler Perdida e suas continuações.

Sofia é descrente no amor. Já viu todas as suas amigas sofrerem com corações partidos, e ajudou-as a juntar os cacos para seguir em frente. Por isso, é avessa a compromisso, casamento, filhos, sexo com a mesma pessoa, etc. Além disso, ela sofre na mão do chefe, que só faz cobranças e mais cobranças, mesmo que ela esteja com o computador quebrado.


A sexta-feira chegou e Sofia vai ao bar com os amigos. Só que ela não contava com a perda do celular, que foi afogado no vaso sanitário. Você consegue se imaginar sem o seu celular? Pois é, Sofia também não. Por isso, mesmo de ressaca, a primeira coisa que ela faz no dia seguinte é sair para comprar outro.

Só que nada é fácil para nossa moça e uma vendedora muito estranha a atende. Ela oferece um celular com múltiplas funções, que faz tudo o que Sofia quer. Seu preço é excelente, e nossa protagonista não hesita em comprá-lo. 

O celular é lindo, e Sofia não consegue esperar para experimentá-lo. Ela o liga na rua mesmo, e após um clarão, o que acontece muda literalmente a sua vida:

Foi então que percebi que algo estava diferente. Muito, muito diferente! Olhei em volta com assombro. Meus olhos procuravam por qualquer coisa familiar. Qualquer coisa que deveria estar ali. Que deveria estar ali e que não estava! 
 Onde estavam os prédios? Onde estava a rua? Onde estava a praça em que tropecei meio minuto atrás? - perguntei-me desesperada. Eu me encontrava no chão de um vasto gramado - como um campo de futebol - apenas uma árvore de médio porte a alguns metros. Notei uma estreita estrada de terra batida onde deveria estar a rua.
É dessa forma que Sofia vai parar em 1830, e encontra um cavalheiro muito distinto chamado Ian, montado em seu cavalo. O celular, é claro, está desligado, assim como toda tecnologia a qual nossa mocinha está acostumada. O aparelho só emitirá recados de tempos em tempos, quando necessário, para orientar a protagonista em sua jornada de busca pelo que ela ainda nem sabe. 

Tudo é difícil para Sofia, até mesmo se vestir. Afinal, os habitantes acham que ela está praticamente nua, usando apenas saia e regata. Seus tênis são sapatos de outro mundo, ninguém conhece caneta, maquiagem, condicionador, muito menos as gírias que ela usa para se comunicar. Uma coisa, porém, não muda, mesmo em 1830: a atração entre homem e mulher.

Por mais que negue, Sofia está se apaixonando por Ian. O cavalheiro a corresponde em seus sentimentos, mas ela não pode se entregar à paixão, pois sabe que esconde um grande segredo dele, ou seja, a sua origem, e que voltará para casa quando completar sua missão. 

Eu sabia que voltaria para casa - não sabia como, mas acabaria descobrindo - e aquelas pessoas, todas elas, incluindo Ian, não. Eles ficariam onde deveriam ficar, no lugar ao qual pertenciam. Eu não poderia me envolver emocionalmente com nenhum deles. Quando eu voltasse para o meu tempo, todos já estariam...
Acontece que Sofia está cada vez mais apegada ao mundo antigo, mesmo com a falta de comodidades. E eu me despeço hoje de vocês com uma pergunta: será que, se pudesse, Sofia abriria mão das modernidades, de sua antiga vida, de seus amigos, para viver em 1830, com Ian? 
Até quanto vale a pena abrir mão, em nome do amor? (foram duas perguntas, na verdade). Leia Perdida para descobrir. 

Ficha técnica:
Autor: Carina Rissi
Editora: Verus
Ano: 2013
Páginas: 364
Skoob: Perdida

Semana que vem voltarei com a resenha de A Irmã da Pérola, da diva Lucinda Riley. Não perca!

6 comentários

  1. Que livro lindo, fiquei curiosa imagina que delícia, ir até o passado e encontrar um grande amor.

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    1. O livro é fantástico, amiga, daqueles que você quer terminar para saber o final, mas ao mesmo tempo não quer chegar ao fim rsrs. Beijos e obrigada pelo carinho!

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  2. faz anos que quero ler esse livro, mas sempre vou deixando pra depois! Acho que vou colocar ele na minha meta do ano que vem!
    Adorei a resenha Nanda!!

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    1. Põe na meta desse ano ainda, Paty! Não vai se arrepender! Beijos 😍😍

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  3. Essa série da Carina Rissi é realmente um amorzinho. Meu favorito ainda é Encontrada, embora Destinado, com a história narrada pelo Ian, tenha me arrancado diversos suspiros. A Carina tem uma forma super gostosa de escrever, simples, como se você estivesse conversando com uma amiga. A leitura flui tão rápido que nem parece que você está lendo um livro de quase 400 paginas. Eu virei fã da autora depois que li Perdida.

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    1. Você descreveu muito bem o método de escrita da Carina. Adorei, é bem isso! Obrigada pelo comentário!

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